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Tereza Cristina





quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Em defesa de um "Outubro lilás"!


Em defesa da vida e dos direitos humanos das mulheres!
Viva o “Outubro Rosa”!


O câncer de mama, antes de ser um problema médico, é muito mais um problema da renda e das condições de vida social da mulher; quem vai decidir, em última instância e em grande escala quem deve morrer ou quem não deve morrer do câncer de mama é a renda e a posição social”.
Gilson Dantas - médico




A campanha “Outubro Rosa” vai se encerrando tendo ampliado ainda mais o seu alcance e adesão. É de forte apelo popular e tem envolvido inclusive os diversos segmentos comerciais. Alguns, orientando-se pelo viés da responsabilidade social. Outros, visando atingir a importante parcela feminina do mercado. Instituições públicas e privadas difundem o conteúdo essencial de promoção à saúde das mulheres.
É importante destacar que a campanha, que visa a prevenção e detecção precoce do câncer de mama, não pode se abster de enfocar o impacto diferenciado que a doença tem sobre as mulheres das classes populares. Dizer que é o tipo que mais mata as mulheres e que vem aumentando em incidência, implica em considerar que são as mulheres com a menor renda e posição social, as que mais morrem. São elas que encontrarão maior demora para realizar o diagnóstico e tratamento adequado, devido ao difícil percurso institucional no Sistema Único de Saúde nos vários níveis de complexidade (consultas ambulatoriais; exames e cirurgias). E, após conseguirem o tratamento, continuarão a encontrar dificuldades para acessar os demais direitos sociais, fundamentais no acompanhamento do mesmo (direitos previdenciários e de assistência social; gratuidade nos transportes; readaptação no trabalho...). Cabe enfatizar, que são essas mulheres, em sua maioria, que são vinculadas ao trabalho informal, desprovido de qualquer mecanismo de proteção social. Muitas, são chefes de famílias e não contam rede de apoio familiar satisfatória.
O incentivo ao auto-enxame, atribuído por parte da comunidade científica como importante fator de prevenção, nem sempre dá a mesma proporção ao fato de o mesmo não substituir o exame técnico feito pelo profissional de saúde com treinamento adequado, conforme destaca a Sociedade Brasileira de Mastologia. A responsabilização da mulher sobre o auto cuidado, sobretudo quando se desconsidera o seu contexto sócio-econômico, soa como se a mesma fosse responsável pelo próprio adoecimento.
O abandono do Estado, nas suas várias esferas (municipal, estadual e federal), na sua responsabilidade em garantir o direito à saúde, entregando esse papel a iniciativa privada, acentua a dificuldade de acesso ao tratamento e o afasta da perspectiva de implementação de uma política de saúde da mulher conforme os avanços jurídico-normativos.


As mulheres alcançaram importantes conquistas no decorrer das últimas três décadas. O movimento feminista, marcado por várias vertentes, teve a hegemonia da corrente emancipacionista, envolvendo as reivindicações das mulheres na luta de todos os trabalhadores pela emancipação humana. Os avanços não superaram o papel tradicional, o qual é exercido em sobrecarga com os atuais papéis sociais. Muito ainda deverá ser conquistado na luta por direitos e pela dignidade da mulher.
A cor rosa, tradicionalmente foi atribuída às mulheres desde o seu nascimento. Assim como a cor azul, foi atribuída ao homem. Curiosamente, a junção das duas cores resulta na cor lilás. Exatamente a cor escolhida pelo histórico movimento de mulheres em sua trajetória.
Cabe a reflexão sobre a necessária politização da campanha “Outubro Rosa”, de forma a contemplar o contexto vivenciado pelas mulheres das camadas populares afetadas pelo câncer de mama. Tal problematização converge para a luta pela garantia do acesso adequado à saúde, assim como para a necessária garantia dos demais direitos sociais.
Defender o direito das mulheres à Saúde, é defender o seu direito à vida! 
Por isso,  vamos  dizer  não  a  demagogia  que  responsabiliza  as  mulheres  pelo  próprio adoecimento, encobrindo a responsabilidade do Estado  com  a Saúde enquanto política pública e de qualidade!
Não, a privatização da saúde! mamografias gratuitas e em tempo hábil! 
Pela defesa da vida das mulheres!
Viva o "Outubro Rosa"!


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"Envelhecimento humano e cidadania da pessoa idosa"