Em defesa da vida e
dos direitos humanos das mulheres!
Viva o “Outubro Rosa”!
“O câncer de mama, antes de
ser um problema médico, é muito mais um problema da renda e das condições de
vida social da mulher; quem vai decidir, em última instância e em grande escala
quem deve morrer ou quem não deve morrer do câncer de mama é a renda e a
posição social”.
Gilson
Dantas - médico
A campanha “Outubro Rosa” vai se encerrando tendo ampliado ainda mais o seu alcance e adesão. É de forte apelo popular e tem envolvido inclusive os diversos segmentos comerciais. Alguns, orientando-se pelo viés da responsabilidade social. Outros, visando atingir a importante parcela feminina do mercado. Instituições públicas e privadas difundem o conteúdo essencial de promoção à saúde das mulheres.
É
importante destacar que a campanha, que visa a prevenção e detecção precoce do
câncer de mama, não pode se abster de enfocar o impacto diferenciado que a
doença tem sobre as mulheres das classes populares. Dizer que é o tipo que mais
mata as mulheres e que vem aumentando em incidência, implica em considerar que
são as mulheres com a menor renda e posição social, as que mais morrem. São
elas que encontrarão maior demora para realizar o diagnóstico e tratamento
adequado, devido ao difícil percurso institucional no Sistema Único de Saúde
nos vários níveis de complexidade (consultas ambulatoriais; exames e cirurgias).
E, após conseguirem o tratamento, continuarão a encontrar dificuldades para acessar
os demais direitos sociais, fundamentais no acompanhamento do mesmo (direitos
previdenciários e de assistência social; gratuidade nos transportes;
readaptação no trabalho...). Cabe enfatizar, que são essas mulheres, em sua
maioria, que são vinculadas ao trabalho informal, desprovido de qualquer mecanismo
de proteção social. Muitas, são chefes de famílias e não contam rede de apoio
familiar satisfatória.
O
incentivo ao auto-enxame, atribuído por parte da comunidade científica como importante
fator de prevenção, nem sempre dá a mesma proporção ao fato de o mesmo não
substituir o exame técnico feito pelo profissional de saúde com treinamento
adequado, conforme destaca a Sociedade Brasileira de Mastologia. A
responsabilização da mulher sobre o auto cuidado, sobretudo quando se
desconsidera o seu contexto sócio-econômico, soa como se a mesma fosse
responsável pelo próprio adoecimento.
O
abandono do Estado, nas suas várias esferas (municipal, estadual e federal), na
sua responsabilidade em garantir o direito à saúde, entregando esse papel a
iniciativa privada, acentua a dificuldade de acesso ao tratamento e o afasta da
perspectiva de implementação de uma política de saúde da mulher conforme os
avanços jurídico-normativos.
As mulheres alcançaram importantes conquistas no decorrer das últimas três décadas. O movimento feminista, marcado por várias vertentes, teve a hegemonia da corrente emancipacionista, envolvendo as reivindicações das mulheres na luta de todos os trabalhadores pela emancipação humana. Os avanços não superaram o papel tradicional, o qual é exercido em sobrecarga com os atuais papéis sociais. Muito ainda deverá ser conquistado na luta por direitos e pela dignidade da mulher.
As mulheres alcançaram importantes conquistas no decorrer das últimas três décadas. O movimento feminista, marcado por várias vertentes, teve a hegemonia da corrente emancipacionista, envolvendo as reivindicações das mulheres na luta de todos os trabalhadores pela emancipação humana. Os avanços não superaram o papel tradicional, o qual é exercido em sobrecarga com os atuais papéis sociais. Muito ainda deverá ser conquistado na luta por direitos e pela dignidade da mulher.
A cor
rosa, tradicionalmente foi atribuída às mulheres desde o seu nascimento. Assim
como a cor azul, foi atribuída ao homem. Curiosamente, a junção das duas cores
resulta na cor lilás. Exatamente a cor escolhida pelo histórico movimento de
mulheres em sua trajetória.
Cabe
a reflexão sobre a necessária politização da campanha “Outubro Rosa”, de forma
a contemplar o contexto vivenciado pelas mulheres das camadas populares
afetadas pelo câncer de mama. Tal problematização converge para a luta pela
garantia do acesso adequado à saúde, assim como para a necessária garantia dos
demais direitos sociais.
Defender o direito das
mulheres à Saúde, é defender o seu direito à vida!
Por isso, vamos dizer
não a demagogia
que responsabiliza as mulheres
pelo próprio adoecimento, encobrindo a
responsabilidade do Estado com a Saúde enquanto política pública e de qualidade!
Não, a privatização da
saúde! mamografias gratuitas e em tempo hábil!
Pela defesa da vida das
mulheres!
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